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George Araújo

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Reputação

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  1. De um lado, a necessidade e a importância da proteção dos clientes a respeito dos serviços prestados pelos profissionais registrados em um órgão regulamentador. Do outro, estes mesmos profissionais que pagam anuidade e não veem nenhum benefício palpável na ação alegam que o órgão não fiscaliza o mercado, deixando-o, assim, ainda mais “prostituído”. Ao analisar as opiniões dos “contribuintes” ou “colaboradores” a respeito do CREA para com as áreas afins das Engenharias da Computação (Software, hardware, programação, etc.), várias realidades se mostram desfavoráveis à estes mesmos profissionais que esperam uma intervenção eficaz na regulamentação de suas profissões. Entre a necessidade e a revolta, reside uma infindável burocracia provocada pela muito bem reconhecida lentidão da máquina estatal brasileira. Poucos são os órgãos que, eficazmente, coíbem o exercício da profissão ilegal. Geralmente, estes estão vinculados às coisas ditas “essenciais” para o equilíbrio de uma sociedade. Bons exemplos são a Medicina (pois médicos não podem sair “matando” seus pacientes), a Engenharia Civil (já que prédios e casas não podem desabar sobre as cabeças dos seus moradores), OAB (uma vez que ninguém que ter seus direitos violados pela incompetência legislativa do país), etc. Daí surge um pressuposto: o pensamento proveniente do senso comum de que “computadores quebrando” não colocam vidas, prédios, casas e outros direitos humanos em risco. Quebrou? Compra outro! Um mau reflexo da chamada liquidez das coisas da pós-modernidade “baumaniana”, que não é totalmente aceito, mas em parte o conceito de liquidez ganha certa atenção. As profissões que envolvem as áreas da tecnologia encontram-se neste paradoxo contemporâneo criado e alimentado por quem compõem elas mesmas: as pessoas os profissionais(que também são pessoas) e as empresas(pessoas jurídicas), representantes do capital organizado. O descaso vem da “facilidade” e da “simplicidade” em que se fazem ser vistas as coisas ao seu redor (geralmente as pessoas que estão a frente dos setores de Marketing, Publicidade e Propaganda e Design Gráfico). Entra aí o jargão da “praticidade da tecnologia”, o jeito rápido, sem burocracia, freeware, opensource, etc. Seja um equipamento, seja um profissional, seja um órgão regulamentador ou o próprio consumidor. Em todas as dimensões, não há muita preocupação com o trabalho ou com o esforço do outro, pois é tudo “fácil” e “prático” aos olhos de uns para com os outros. Pensemos o mercado brasileiro (pois não é igual ao estadunidense ou o indiano [risos]). O trabalhador em TI vende sua força de trabalho para uma empresa ou diretamente ao cliente. Estes últimos, por sua vez, querem ter garantias de que o trabalho saia bem feito. A garantia “deveria” ser dada pelos órgãos regulamentadores. Mas, se tudo é visto como algo não tão importante como num outro procedimento de outras profissões ditas “essenciais”, é, como consequência desta visão míope, montado o circo do faz de conta: eles (os órgãos) fingem que se preocupam com nós trabalhadores e clientes, nós (trabalhadores) fingimos que nos preocupamos com nós mesmos (que já somos competitivos o suficiente para disputarmos uma vaga numa multinacional com um afinco quase espartano) e com os clientes. Estes últimos fingem que se importam e valorizam o nosso serviço, mas nem sabem da existência dos órgãos regulamentadores para a nossa profissão. Pois é! Existe muito descaso de todos os lados. Criou-se um ciclo, uma cadeia que não será quebrada enquanto o agente principal nada fizer mudar a sua realidade (e a dos outros envolvidos). Falo, aqui, do profissional inteligente. Para exemplificar melhor a ideia do profissional inteligente como solução para o problema, poderia muito bem alterar este substantivo + adjetivo para “pessoa inteligente”. Mas, o que é, pois, a inteligência? É o pensamento organizado que precede a ação (Piaget, 1896). Sinônimo de Profissionais organizados, num país democrático para os sonhos (e não para os meios e condições) em que se deve lutar para não ser esmagado pelo poder capital (que é extremamente organizado pela burocracia [uma a liga que cola e une tudo em torno dele]) são SINDICATOS, ASSOCIAÇÕES e demais agrupamentos de trabalhadores. Não se deve esquecer a voz marxista que reverbera até hoje: “Ó único poder social do trabalhador perante o capital é o seu poder numérico.” Quando há desunião dos profissionais de uma área, este poder, ou força, é diluído. Então lembrem-se: “O poder é de vocês” (Capitão Planeta, 1995) enquanto estiverem unidos. E a melhor opção, atualmente, são os sindicatos e associações. Seguem algumas: Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação – BRASSCOM, Associação dos Profissionais e Empresas de Tecnologia da Informação – Apeti, Associação Brasileira de Direito da Tecnologia da Informação e das Comunicações – ABDTIC. Acreditar que o CREA é um órgão sindical é pura ilusão. Ele nunca será um sindicato ou associação e não fará algo muito estrondoso pelos profissionais. Seu papel é justamente outro: vigiar (quando o faz) e punir. A “polícia” dos profissionais. Mas, perceba como isto pode ser uma desvantagem vantajosa. As associações e os Sindicatos podem (e devem) suprir esta deficiência de informação por parte dos profissionais e INCLUSIVE dos “sobrinhos” (que nada tem culpa de não terem ainda um diploma, afinal, quem não já foi sobrinho ao menos uma vez, que atire a primeira pedra. Consequência da falta de experiência e desinformação em que todo profissional de primeira viagem se encontra no início da sua carreira). Os profissionais são forçados a organizar-se em torno de objetivos consonantes devido aos “descasos” enxergados pela categoria. Retornando aos “sobrinhos”, comparados ironicamente com prostitutas... Digo: nem toda “prostituta” está na rua por que quer, às vezes, é por que precisa ou por que não sabe fazer outra coisa senão... Enfim, “sobrinhos” precisam de experiência, formação e informação. E o que os outros profissionais fazem para ajudar e orientar? Irritam-se e fadigam um discurso ultrapassado que nada adianta e nada faz para mudar a situação da categoria no país, estado ou bairro onde vive. É mais fácil punir e criticar do que aconselhar, orientar e guiar os sobrinhos que “nos tomam toda a clientela”. Vamos nos unir para que, num futuro (não muito distante), não precisemos culpar uns aos outros pela “queda” do prestígio da nossa profissão. Já estamos culpando órgãos regulamentadores e sobrinhos. Daqui a pouco, culparemos os clientes ou os próprios computadores. Informação, inteligência, organização e união são vitais em qualquer profissão/profissional. Sobrinhos não existem em todas as profissões, as vezes são chamados de “Estagiários” justamente pelo fenômeno da liquidez, já explicado ou pela característica do mercado de uma área (quando existem menos número formados do que o mercado requer, pro exemplo). Este caminho, de união, holístico, é um possível recurso para potencializar o ser profissional das áreas ligadas ao TIC/TI. Um verdadeiro planejamento geral de marketing de profissão/profissional. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Tabela de Pretensão Salarial. Disponível em <http://www.ceviu.com.br/salario/tabela-pretensao-salarial-aracaju-se> ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO. Disponível em <http://www.brasscom.org.br/brasscom/Portugues/index.php> MUDANÇA DE ESTADO É OPORTUNIDADE PARA PROFISSIONAIS DE TI. BRASCOM.<http://www.brasscom.org.br/brasscom/Portugues/detNoticia.php?codArea=2&codCategoria=51&codNoticia=675> O MERCADO DE PROFISSIONAIS DE TI NO BRASIL. BRASSCOM. Disponível em http://www.brasscom.org.br/brasscom/Portugues/detInstitucional.php?codArea=3&codCategoria=48#collapse60 Tabela – Sergipe - Unidades locais, pessoal ocupado total e assalariado em 31.12.2012, salários e outras remunerações e salário médio mensal e as seções da classificação de atividades. In. NASCIMENTO, Saumíneo da Silva. CADASTRO CENTRAL DE EMPRESAS EM SERGIPE EM 2012, Publicado em < http://www.sedetec.se.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2879:artigo-cadastro-central-de-empresas-em-sergipe-em-2012&catid=9&Itemid=104>Segunda-Feira, 02 Junho 2014 às 09:26. MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2005. PIAGET, Jean. A epistemologia genética: Sabedoria e Ilusões da filosofia; Problemas de Psicologia genética/ Jean Piaget. Traduções de Nathanael C.Caixeiro, Zilda Abujamra Daeir, Cpelia E.A. Di Piero. - São Paulo: Abril Cultural, 1978. MARX, KARL. Gewerksgenossenschaften. Ihre Vergangenheit, Gegenwart und Zukunft. Beschluss des Genfer Kongresses über die Gewerkschaften (Associações Sindicais: Seu Passado, Presente e Futuro. Resolução sobre os Sindicatos do Congresso de Geneva (06.09.1866), in: Die Internationale in Deutschland (1864-1872). Dokumente und Materialien (A Internacional na Alemanha « 1864-1872 ». Documentos e Materiais), Berlim: Dietz Verlag, 1964, pp. 142 s.; IDEM. Instruktionen für die Delegierten des provisorischen Zentralrats zu den einzelnen Fragen (Instruções para os Delegados do Conselho Central Provisório acerca de Questões Específicas)(08.1866), 6.: Gewerksgenossenschaften. Ihre Vergangenheit, Gegenwart und Zukunft (Associações Sindicais: Seu Passado, Presente e Futuro), in: Marx und Engels – Werke (Marx e Engels – Obras Completas), Vol. 16, 1962, pp. 196 e s. CAPITÃO PLANETA - EPISÓDIO 01 - UM HERÓI PARA O PLANETA TERRA <https://www.youtube.com/watch?v=qMlEshY70XI>. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DIREITO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E DAS COMUNICAÇÕES. Disponível em: <http://www.abdtic.org.br/>. ASSOCIAÇÃO DOS PROFISSIONAIS E EMPRESAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO. Disponível em <http://apeti.org.br/>.

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