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Proteções contra surtos e choques elétricos


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Segue uma tentativa de condensar o que aprendi com este fórum.

 

O básico de sugestões para proteção elétrica. Apesar de que não uso tais soluções por que as condições do tempo locais quase nunca oferecem maiores riscos. Diferentemente acontece em São Paulo, onde são relativamente frequentes tempestades com relâmpagos. Nordestino, dirijo-me a quem mora no sudeste. Aqui é 220V, lá é 110V.

 
A primeira coisa a ter em conta [e todo o resto] pode ser verificada na Internet. Estabilizadores e módulos isoladores, por estranhho que pareça afirmar isso, não são dispositivos de proteção. Quando possuem algum circuito protetor, é mínimo. Uma fonte de alimentação com qualidade razoável quase sempre já embute um circuito protetor melhor. Fixar a tensão — proposta do estabilizador — não é um requisito comum. Muito markenting deu aos fabricantes de estabilizadores uma grande fatia de mercado que simplesmente não deveria existir: a aplicação de estabilizadores para supostamente proteger computadores. Na verdade, com frequência, a situação é contrária: a operação ruidosa dos relés reguladores de tensão de um estabilizador é muito prejudicial às fontes de alimentação.

Outra nota curiosa é que nobreaks mais populares são contraindicados, por geralmente fornecerem uma onda quadrada invés de senoidal. Um nobreak que não tenha esse péssimo detalhe é muito, mas muito, mais caro.
 
Naturalmente você há de perguntar: se estabilizadores, módulos isoladores e nobreaks, que são o que o mercado propõe como dispositivos de proteção realmente não servem, o que usar?
 
Existem quatro opções:
  1. DPS ‒ um "dispositivo de proteção contra surtos" tem o formato físico de um disjuntor, mas sem o interruptor e logicamente com outra função. São colocados (em mais de um arranjo) no quadro de distribuição de energia do estabelecimento, para absorver surtos em alguma das fases. Ouço mais o nome de duas marcas: Clamper e Siemens.
  2. Protetores eletrônicos ‒ quando tem múltiplas tomadas, podem ser confundidos com filtros de linha ou simples réguas. Por isso o mercado tende a classificar como "protetores" apenas aqueles dispositivos mais miniaturizados, de poucas tomadas, geralmente apenas uma (para um televisor ou notebook).
  3. Filtros de linha ‒ no Brasil, para 220V são praticamente apenas duas marcas, os modelos top da Clamper e da Upsai. Quem usa 110V vale considerar os importados Belkin e APC. Na verdade, mesmo os melhores modelos de "filtro" de linha fazem muito mais proteção elétrica do que filtragrem. "Se você quer um bom protetor eletrônico, procure um filtro de linha."
  4. Condicionadores de energia ‒ audiófilos apreciam mais. São equipamentos muito mais caros. Parecem setupboxes com saídas de energia refinadamente filtradas. É natural que embutam proteção. "Se você quer um bom filtro de linha, procure um [caríssimo] condicionador de energia."
Se o que se quer é proteção elétrica, a recomendação é a seguinte:

‒ Gastar com um eletricista que garanta-lhe um esquema de aterramento correto e eficaz.O esquema de aterramento pode ser o correto, mas o aterramento em si pode não estar eficaz. Muito tempo investido em estudo autodidata talvez tenha alguma utilidade, mas não subsitui a atuação de um profissional equipado.
 
‒ Pressuposto que o projeto elétrico original do estabelecimento esteja OK, fazer uma demanda extra para o eletricista competente: instalação de DPS nos arranjos mais interessantes. Nessa etapa, provavelmente valerá muito a pena também incluir no quadro a utilização planejada de dispositivos DR, proteção contra choques elétricos (em circuitos de lavandaria, cozinha, jardim e banheiros). Para o DR, dois nomes que mais vejo pela Internet: Siemens e Schneider Electric.
 
(opcional*, talvez) Se o quadro de distribuição, agora mais sofisticado, ainda não satisfaz completamente, protetores eletrônicos ou filtros de linha podem ser adquiridos para equipamentos de sala, escritório ou segurança — eletrônicos. Já que aí é 110V, não prenda-se à marcas Clamper e Upsai; explore APC, Belkin, Panamax e outras. Tenha atenção com o padrão de tomadas, e principalmente com as especificações, o miolo do dispositivo. A Clamper, por exemplo, chega a publicar oficialmente os esquemas eletrônicos de seus produtos, para mostrar que não vende gato por lebre. Um estudo em fóruns de discussão poderá lhe ajudar a fazer ótimas escolhas sem entender eletrônica á fundo. Existem algumas poucas regrinhas básicas para saber identificar o que realmente protege ou filtra a linha.
 
* Apesar de que muita gente aposta só nesse 3º, sem cuidar do projeto elétrico (que é uma abordagem mais abragente e dispendiosa).
 

PS.: Caso não tenha ficado claro, dispositivos DR são para proteção humana.

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